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Mostrando postagens de janeiro, 2009

Vai uma bolacha aí?

Há uns 18 anos estava no sítio do antigo namorado da minha tia Renata e chegaram lá com um aparelho muito estranho e um disquinho pequeno, que mais parecia um espelhinho com várias cores engraçadas e um furo bem no meio. Ao saberem da novidade, umas pessoas que estavam no estúdio pararam a música, abriram a porta e foram falar sobre os novos objetos. A novidade me foi apresentada como o futuro da música. Falavam que o disquinho estranho substituiria as grandes bolachas escuras que tocavam no aparelho de som da minha avó, que ficava na grande sala perto da rua. Diziam também que era muito mais duradouro, tinha um som limpo e nem era preciso limpar a agulha para escutá-lo, ela não seria necessária. Um deles chegou a dizer que era uma tendência e que as bolachas não teriam mais vez. Nesta época eu passava bastante tempo na sala perto da rua, sempre acompanhada pelas músicas de um tal filme Philadelphia, pelo disco que tinha na capa uma criança triste e um U e 2 bem grandes e por um outro

Será que eu vou ficar para a titia?

Não sei se você já passou por uma situação desta, mas nos últimos nove meses vários amigos(as) resolveram subir ao altar e disseram sim aos seus companheiros(as). Novos candidatos à mudança de estado civil também não param de surgir em uma velocidade recorde e tornou-se rotina encontrar com alguém que logo diz: Viu, sabe Fulano? Acredita que casou com não sei quem? . O duro é que a pergunta, na maioria das vezes, sempre vem acompanhada por: E até quando o seu namorado vai te enrolar, hein?. No começo achei engraçado, até porque meu namorado e eu decidimos nos casar mais para frente e estamos felizes assim; não queremos dividir, pelo menos por enquanto, o mesmo guarda-roupa. Desta forma, ninguém enrola ninguém na história. Mas o que me causa um certo desconforto é que só fico imaginando o que muitos pensam na hora de me fazer esta pergunta. Com certeza a frase que fica estampada no pensamento é: Será que esta daí vai ficar para a titia?!.

Aquela canção...

Ao ouvir as primeiras notas você começa a lembrar-se do dia que tomou muita chuva, em uma tarde qualquer, e gostava de sentir o gelado das gotas escorrendo pelo rosto e por todo o corpo. Aquela água fria fazia com que você se sentisse vivo mesmo que, dias depois, muito resfriado. Basta um novo acorde para que seu braço fique todo arrepiado. Sua barriga congela e você sente um leve calafrio na espinha. Até parece a sensação do seu primeiro beijo e não é o da época da escola, mas aquele quente, molhado, estranho e com gosto de descoberta, dado de surpresa por aquela pessoa que você nem esperava. É o mesmo arrepio que será buscado a cada novo beijo ganhado ou em novas bocas beijadas. O ritmo passa a ditar o sentido aos movimentos e ao pensamento; é impossível não se deixar levar. Os olhos fecham e sua mente cria o cenário ideal para vivenciar aqueles versos cantados, que seguem cautelosamente o ritmo de cada instrumento e de cada batida. As endorfinas estão a todo vapor e o sorriso, mesmo

Que ideia foi essa...

A atualização de algumas regras de ortografia da nossa querida língua portuguesa vão além das paroxítonas com ditongos abertos e tremas. O texto abaixo do jornalista Fernando Molica aborda esta "adequação", que não resume-se apenas à mudança de nossos hábitos ortográficos. O AI-5 ortográfico Por Fernando Molica , em 30 de dezembro de 2008. Hoje, no Jornal Nacional, o Pasquale Cipro Neto ressaltou um aspecto fundamental nesta questão da reforma ortográfica: ela tem um custo. O custo de todos os livros que ficarão desatualizados, o custo dos corretores ortográficos dos programas dos computadores. E há mais custos, como o custo sentimental, a sensação de se reconhecer mais velho, desatualizado, fora do tempo. O mundo me chega pela língua. O idioma é também o instrumento com o qual tento, pelo menos, me fazer entender. E, daqui a poucas horas, este instrumento será mudado. O pouco que se sei será menos ainda. Escrevo ao lado de uma estante que ocupa toda uma parede. Quantos livr