Quem me dera...
Sabe aquela história que te contaram uma vez, há muito tempo mesmo, e você nunca mais esqueceu? Pois bem, hoje meu post será um texto que reflete exatamente essa idéia, uma história contada pelo Rubem Braga, em 1953. De tão bem escrita parece que eu estava lá com ele, observando o mar e sentindo a mesma coisa, torcendo junto. Quem sabe um dia poderei contar uma situação cotidiana com tanta maestria... Homem no Mar Rubem Braga De minha varanda vejo, entre árvores e telhados, o mar. Não há ninguém na praia, que resplende ao sol. O vento é nordeste e vai tangendo, aqui e ali, no belo azul das águas, pequenas espumas que marcham alguns segundos e morrem, como bichos alegres e humildes; perto da terra a onda é verde. Mas percebo um movimento em um ponto do mar; é um homem nadando. Ele nada a uma certa distância da praia, em braçadas pausadas e fortes; nada a favor das águas e do vento, e as pequenas espumas que nascem e somem parecem ir mais depressa do que ele. Justo: espumas são leves, n