Vai uma bolacha aí?
Há uns 18 anos estava no sítio do antigo namorado da minha tia Renata e chegaram lá com um aparelho muito estranho e um disquinho pequeno, que mais parecia um espelhinho com várias cores engraçadas e um furo bem no meio. Ao saberem da novidade, umas pessoas que estavam no estúdio pararam a música, abriram a porta e foram falar sobre os novos objetos. A novidade me foi apresentada como o futuro da música. Falavam que o disquinho estranho substituiria as grandes bolachas escuras que tocavam no aparelho de som da minha avó, que ficava na grande sala perto da rua. Diziam também que era muito mais duradouro, tinha um som limpo e nem era preciso limpar a agulha para escutá-lo, ela não seria necessária. Um deles chegou a dizer que era uma tendência e que as bolachas não teriam mais vez. Nesta época eu passava bastante tempo na sala perto da rua, sempre acompanhada pelas músicas de um tal filme Philadelphia, pelo disco que tinha na capa uma criança triste e um U e 2 bem grandes e por um outro