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Bom dia para você também...

Pedro era o típico homem que gostava de preservar alguns costumes. Diariamente, a caminho do trabalho, fazia questão de dizer “Bom dia” a todos que passavam ao seu lado, mas raras eram as vezes que recebia uma resposta; poucos eram os sorrisos verdadeiros. Apesar de quase sempre ser ignorado ou pensar que falava com o nada, Pedro não conseguia perder este costume que fazia questão de fomentar todos os dias, desde os tempos em que sua mãe ainda puxava sua orelha. No elevador do prédio no qual trabalhava continuava a exercitar os bons modos aprendidos em casa, mesmo sabendo que estava cada vez mais difícil. Cansado de desejar bom dia e tentar perpetuar algo que parecia ser impossível, resolveu se adaptar à realidade atual e mudou seu jeito de agir. Ao caminhar no outro dia pela mesma rua de sempre, nem mais uma palavra saia de sua boca. As pessoas o encaravam esperando o momento certo para o ignorarem, mas agora se sentiam invisíveis e incapazes de mudar o dia de alguém; passaram a senti

Espetáculo natural

Da sacada de casa vejo o tempo transformar-se. O céu, que era azul e claro, resolve mudar subitamente o cenário. As nuvens, antes mera coadjuvantes, unem-se delicadamente e dão um novo rumo à história. A ordem é para que o sol saia de cena e fique atrás das cortinas, pois agora são as nuvens e suas pequenas gotas que devem sobressair. Vento e trovões acompanham bem de pertinho cada gesto das pequeninas, já que são os responsáveis por dar mais dramaticidade e emoção à cena; devem acompanhar de perto a dança fresca das partículas. Aos poucos, o personagem principal sente que deve voltar ao cenário para que seus raios acalmem os nervos de todos que ali atuam; não parece, mas faz parte do roteiro. E após toda esta confusão a história parece terminar e tudo volta ao seu estágio inicial, como da primeira vez que vi uma chuva de verão. Me resta, então, aplaudir este espetáculo único que acompanho tantas vezes da sacada de minha casa.

Que saudades do Zin'Bar...

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Com certeza você deve ter um bar do coração, aquele no qual gosta de tomar uma cerveja ou uma coca-cola, comer besteiras e bater papo, seja qual for o dia da semana. Não fujo da regra e também tenho meu cantinho especial: o Zin'Bar, conhecido carinhosamente por "Zin'Bão" pelos mais íntimos. Comidinha e bebidinha mais que boa, mesinha ao ar livre, preço camarada, música no volume certo e excelente atendimento, é um dos únicos lugares que me sinto bem a vontade em Campinas, pois não tem frescura nenhuma e é de primeira (Rosane, vou pegar emprestada essa expressão, ok? rs). Entretanto, meu botequinho querido está fechado há dois meses e juro que estou morrendo de saudades. Sei que não é definitivo e que estão de mudança para outro endereço, pois o shopping Jaraguá fechou, mas é difícil imaginar as noites de verão sem dar uma passadinha lá, para jogar conversa fora. Até brincam que vou ter que procurar ajuda profissional caso não volte a funcionar logo, pois adoro tudo lá

Otimismo infantil...

Em um sábado qualquer, Renata tem que ficar até mais tarde para ajudar em uma festinha e dá a chave do carro à sobrinha Gabriela, para que volte dirigindo e leve sua mãe e o sobrinho, de quatro anos, para casa. Antes de entrar no veículo, a criança olha bem para a prima e diz: - Você vai atrás para brincar comigo? - Não, Enzo, vou ter que ir na frente para dirigir. A tia Renata vai ficar aqui na escola trabalhando até mais tarde e a vovó vai atrás com você! Eis que o menininho olha com cara de desconfiado para a prima e já fala depressa: - Você é muito pequeninha para dirigir, Gabi, não pode ir na frente! - Eu sei que sou pequena, Enzo, mas sei dirigir e já tenho idade para isso... E na hora que ela pensou que o papo sobre o seu 1,57 de altura tinha terminado, o menino complementa: - Tudo bem, Gabi, você vai crescer um dia, né? Eu também vou crescer... Após consolar a prima, o menino abre a porta do carro e senta no banco de trás, como se nada tivesse acontecido. Gabriela fica sem reaç

Vai uma bolacha aí?

Há uns 18 anos estava no sítio do antigo namorado da minha tia Renata e chegaram lá com um aparelho muito estranho e um disquinho pequeno, que mais parecia um espelhinho com várias cores engraçadas e um furo bem no meio. Ao saberem da novidade, umas pessoas que estavam no estúdio pararam a música, abriram a porta e foram falar sobre os novos objetos. A novidade me foi apresentada como o futuro da música. Falavam que o disquinho estranho substituiria as grandes bolachas escuras que tocavam no aparelho de som da minha avó, que ficava na grande sala perto da rua. Diziam também que era muito mais duradouro, tinha um som limpo e nem era preciso limpar a agulha para escutá-lo, ela não seria necessária. Um deles chegou a dizer que era uma tendência e que as bolachas não teriam mais vez. Nesta época eu passava bastante tempo na sala perto da rua, sempre acompanhada pelas músicas de um tal filme Philadelphia, pelo disco que tinha na capa uma criança triste e um U e 2 bem grandes e por um outro

Será que eu vou ficar para a titia?

Não sei se você já passou por uma situação desta, mas nos últimos nove meses vários amigos(as) resolveram subir ao altar e disseram sim aos seus companheiros(as).  Novos candidatos à mudança de estado civil também não param de surgir em uma velocidade recorde e tornou-se rotina encontrar com alguém que logo diz: Viu, sabe Fulano? Acredita que casou com não sei quem? . O duro é que a pergunta, na maioria das vezes, sempre vem acompanhada por: E até quando o seu namorado vai te enrolar, hein?. No começo achei engraçado, até porque mesmo namorando, por enquanto, nem penso em dividir o mesmo guarda-roupa e gosto da minha vida do jeito que ela é. Desta forma, ninguém enrola ninguém na história.  Mas o que me causa um certo desconforto é que só fico imaginando o que muitos pensam na hora de me fazer esta pergunta. Com certeza a frase que fica estampada no pensamento é: Será que esta daí vai ficar para a titia?!. E se isso for o destino, não tem problema algum. 

Aquela canção...

Ao ouvir as primeiras notas você começa a lembrar-se do dia que tomou muita chuva, em uma tarde qualquer, e gostava de sentir o gelado das gotas escorrendo pelo rosto e por todo o corpo. Aquela água fria fazia com que você se sentisse vivo mesmo que, dias depois, ficasse muito resfriada. Basta um novo acorde para que seu braço fique todo arrepiado. Sua barriga congela e você sente um leve calafrio na espinha. Até parece a sensação do seu primeiro beijo e não é o da época da escola, mas aquele quente, molhado, estranho e com gosto de descoberta, dado de surpresa por aquela pessoa que você nem esperava, mas queria muito. É o mesmo arrepio que será buscado a cada novo beijo ganhado. O ritmo passa a ditar o sentido aos movimentos e ao pensamento; é impossível não se deixar levar. Os olhos fecham e sua mente cria o cenário ideal para vivenciar aqueles versos cantados, que seguem cautelosamente o ritmo de cada instrumento e de cada batida. As endorfinas estão a todo vapor e o sorriso, mesmo

Que ideia foi essa...

A atualização de algumas regras de ortografia da nossa querida língua portuguesa vão além das paroxítonas com ditongos abertos e tremas. O texto abaixo do jornalista Fernando Molica aborda esta "adequação", que não resume-se apenas à mudança de nossos hábitos ortográficos. O AI-5 ortográfico Por Fernando Molica , em 30 de dezembro de 2008. Hoje, no Jornal Nacional, o Pasquale Cipro Neto ressaltou um aspecto fundamental nesta questão da reforma ortográfica: ela tem um custo. O custo de todos os livros que ficarão desatualizados, o custo dos corretores ortográficos dos programas dos computadores. E há mais custos, como o custo sentimental, a sensação de se reconhecer mais velho, desatualizado, fora do tempo. O mundo me chega pela língua. O idioma é também o instrumento com o qual tento, pelo menos, me fazer entender. E, daqui a poucas horas, este instrumento será mudado. O pouco que se sei será menos ainda. Escrevo ao lado de uma estante que ocupa toda uma parede. Quantos livr

Essa aqui vai para o meu Orkut...

Se há algo nesta vida que me faça rir todos os dias este "algo" é o Orkut. Muitas vezes já pensei em deletá-lo ou esquecê-lo por um tempo, mas é praticamente impossível. Basta eu digitar meu login e senha para que eu lembre porque não consigo desligar deste bendito site de relacionamentos: adoro observar as pessoas tentando mostrar e/ou sustentar pelas fotos aquilo que na maioria das vezes elas não são, sempre plastificadas pelo photoshop. Tudo bem, que atire a primeira pedra quem nunca tirou uma foto e disse: " Ai, essa aqui vai para o meu Orkut! ". Até esta pessoinha de 1,57 que vos escreve já fez isto e não faz muito tempo. É ridículo você pensar em tirar uma foto só para colocá-la lá, com o único intuito de mostrar como você fica linda(o) naquela pose no banheiro, na piscina, vestido de Zorro no zoológico, mostrando o bumbum na mesa de bilhar ou como seu nariz diminui quando você tira foto fazendo biquinho. Aliás, se há uma coisa que não falta no Orkut são as f

Um sonho de Cinema Paradiso...

A paixão de Alan pelo cinema começou bem cedo. Aos 7 anos, ao entrar na sala escura, seus olhos encheram de lágrimas e mal podia acreditar na imagem que via naquela tela enorme; achava que os cavalos do filme estavam bem atrás dela. Havia ficado encantado com a possibilidade de ver inúmeras histórias, bem à sua frente. E como uma boa criança de 7 a 10 anos, Alan colocou na cabeça que deveria ter um cinema só dele. Descobriu na cidade na qual morava um homem que tinha um projetor e, por acaso, era pai de um amigo seu. Durante um bom tempo tentou negociar com o tal homem a venda do equipamento e, após várias tentativas, o pai de seu amigo enfim vendeu a aparelhagem para o jovem garoto, pois não aguentava mais tanta insistência. Mas ele ainda não estava contente. Já mais crescidinho comprou uma nova casa e conseguiu toda a aparelhagem que precisava trabalhando como jornalista e cantor. Começou então a deixar o portão de sua casa aberto para que todos pudessem entrar e assistir suas relíqu

De volta ao túnel do tempo...

Podem até falar que é mal da época, mas isto não é verdade. Sou do tipo que se emociona fácil e fica chorona do nada, só de lembrar do avô ou recordar algumas épocas tão boas. Talvez seja por isso que constantemente falo sobre minha infância aqui e de coisas que realmente marcaram este período. Na maioria das vezes lembro por conta própria, já em outros momentos vivo situações que me fazem recordar daquela época de alguma forma. Hoje, por exemplo, foi um dia que fui levada ao passado. À tarde tentava achar algo para assitir, acompanha pela chuva de Natal, e na Band estava passando "Punky, a levada da breca". Acho que há tempos não desligava da vida e prestava tanta atenção em algo. Me senti com, sei lá, uns 8 ou 10 anos de idade na casa da minha avó Mercedes, numa típica manhã de sábado. Era exatamente este programa que assistia enquanto esperava minha mãe voltar do mercado, sentadinha e quietinha no sofá da minha avó, ao lado do meu avô que infelizmente já faleceu. Posso diz

24 primaveras e uma vida toda pela frente...

Adoro fazer aniversário, mas a véspera sempre é estranha. Dá aquela sensação de que você deixou para trás sentimentos e amizades e, ao mesmo tempo, ganhou novos amigos, passou a encarar a vida de outra forma e vê tudo com mais maturidade que no passado. Entretanto, também dá aquela sensação de insegurança boba por ficar cada dia mais velhinha, ainda mais quando se é uma mulher. No fundo você nem quer dar bola para aquilo, mas é inevitável já não começar a pensar em se cuidar mais porque as rugas são implacáveis e não vão tardar para aparecer. Você até passa a querer aproveitar a cor natural do seu cabelo porque os fios brancos já começaram a dar sinal de vida. Além disso, começa a contagem regressiva para ficar cada vez mais difícil de eliminar os quilinhos extras. Credo, eu escrevi isso aí em cima mesmo? Acho que estou pensando igual a uma mulher de uns, sei lá, 25 anos?!? Quanta besteira! Nem completei ¼ de século ainda e não posso perder meu tempo pensando que daqui a pouquinho meu

Me deixa ser a primeira, por favor?????

Era uma vez uma criança bem birrenta que queria ser a primeira em tudo. Bastava estar entre as irmãs para tentar ser a primeira a falar algo, a primeira a dar uma idéia e a primeira a escolher a brincadeira. Para esta criança tudo o que importava era estar na frente, principalmente se batesse ou conseguisse se antecipar a irmã do meio e a mais velha. Enfim, queria ser a primeira a qualquer custo. O problema é que ela raramente conseguia estar no primeiro lugar. Nos jogos sempre era a terceira, às vezes até a segunda, mas quase sempre estava na terceira posição. Na realidade fazia de tudo para assumir o posto da primogênita: saia por aí falando mal da irmã mais velha e da segunda irmã, vivia afirmando que era melhor que elas, chorava, fazia drama, comédia, apelava em diversas situações e até mentia que estava próxima de chegar onde desejava. Ainda hoje, apesar de crescer um pouco mais a cada dia, não consegue enxergar o próprio umbigo e continua a fazer drama e sensacionalismo para cham

Vou comprar uma cartola...

Já vou logo avisando que este post é bem idiota, mas não pude deixar de escrevê-lo. Desde adolescente eu sempre quis saber o real motivo do Slash (guitarrista do Guns N' Roses) usar uma cartola e finalmente encontrei a resposta para esta dúvida juvenil! Com certeza não mudará sua vida e é tão simples que chega a ser engraçada (pelo menos para mim): "fiquei contente quando descobri que afundando o meu novo acessório ao máximo possível na cabeça eu podia enxergar tudo, mas ninguém poderia me ver. Alguns podem dizer que um guitarrista se esconde atrás de seu instrumento, mas minha cartola era uma reconfortante barreira impenetrável adicional" (Slash, p.114, 2008). Dá para perceber que ele encarava seu principal acessório como se fosse um escudo no qual ficava protegido, vendo tudo acontecer ao redor. No livro ele chega a dizer isso. Tudo bem que algumas substâncias o ajudaram a enxergá-la desta forma e muitas outras coisas, mas isto não vem ao caso. Para dizer a verdade est

Hoje é dia de Capitu...

Fiquei empolgada com a minissérie ‘Capitu’, que será exibida hoje à noite sabe se lá que horas. Vi algumas fotos da produção e das locações e fiquei encantada com a proposta que mescla irreal, antigo e atual. Tudo bem que parece lembrar bastante (ou é igual a) ‘Hoje é dia de Maria’ , porém isso me deixa ainda mais curiosa para saber como os personagens serão trabalhados desta vez. Li Dom Casmurro quando ainda nem estava no colegial e não me arrependo de ter escolhido esta obra para me apresentar aos maravilhosos textos de Machados de Assis. Para dizer a verdade nunca gostei muito de histórias romantizadas (até hoje não sou muito fã), mas posso dizer que o sarcasmo disfarçado e a habilidade em montar um bom roteiro fizeram com que eu admirasse este autor. Da mesma forma que José Lins do Rego, Machado de Assis sempre conseguiu me seduzir com suas palavras e foi um dos responsáveis por eu gostar tanto de literatura brasileira. Com certeza hoje durmirei bem tarde...

Um dia de mulherzinha...

Um dia desses acordei me sentindo uma verdadeira mulherzinha. Logo de manhã deu vontade de tomar um banho mais demorado do que de costume, de passar creme em todo o corpo, perfume, de colocar vestido, deixar o cabelo preso, passar rímel, blush, batom e colocar um belo salto alto, mas desisti deste último porque o mais bonito que tenho deixa qualquer um com dor nas pernas. Mas tudo bem porque peguei uma sapatilha linda, presente de minhas amigas, e saí super atrasada de casa. Durante o dia incorporei a tal da mulherzinha. Fiquei irritada, descabelada, comi muito chocolate ainda na parte da manhã, fiz várias coisas ao mesmo tempo, achei linda aquela roupa lá da loja ao lado do banco, me senti gorda, tive cólica, comi mais chocolate, arrumei a calcinha que estava me incomodando, fiquei chata do nada e queria gritar bem alto tudo o que sentia, sem medo de ser julgada. Depois, sem nenhuma explicação, voltei a ficar bem-humorada e calminha. Quase no fim da tarde deu saudades do namorado, da

Sempre dezembro...

Horário estendido e aquele calorzinho gostoso, que te convida a festejar o fim de tarde mesmo depois de um dia muito cansativo, seja para fazer o que for. Já no caminho de casa surge aquela vontade de andar por aí com o vidro do carro totalmente aberto, só para sentir o vento no rosto. Sem perceber começa a ir mais devagar e aproveita para ouvir algumas notícias no rádio, pois adora fazer isso. Ao chegar onde deseja brinca com os cachorros, bate papo com a família, toma um banho gelado, come alguma coisa e sai por aí com o cabelo todo bagunçado, só se importando em ver o céu cheio de estrelas. O clima é o melhor que há e você jura não existir melhor época que esta. A sensação é de que todo mundo sente a mesma coisa, aquela vontade de aproveitar cada segundo bom que o dia lhe oferece. Pode garoar, fazer frio, calor, cair aquele pé d'água e depois voltar a ficar quente de novo, as sensações serão as melhores, certamente as que ficarão guardadas na memória por toda a vida. Amo dezembr

Desconforto com a falsa necessidade...

O brasileiro nunca teve tanta coisa. Não importa quanto vai receber no fim do mês, as casas já estão cheias de eletroeletrônicos de todos os jeitos, da televisão com tela plana de 50' na sala ao iPod que não sai do lado do seu dono mesmo quando ele entra no banho. Os artigos de luxo também estão cada vez mais presentes nos lares. Cosméticos que valem mais do que deveriam e que mal cumprem a promessa marqueteira estampada nos rótulos; perfumes com fragrância forte e preços que ultrapassam até um salário mínimo. Mas não tem importância, são todos comprados naquela loja do shopping conceitual, aquela que a madame do condomínio adora. No guarda-roupa a história não é diferente. As roupas com marcas famosas sobressaem, mesmo que tenham sido divididas em 10 vezes sem juros no cartão de crédito. O importante é mostrar a etiqueta, pois é dela a culpa do absurdo convertido em moda. E se a situação mudou tanto dentro das casas, nas ruas não poderia ser diferente. Os carros saíram das montado

E ele está apenas começando...

Estava na casa da minha tia Renata, ajudando a montar um painel para escola na qual ela dá aulas de português. Era uma espécie de jornal-mural que ela produziu junto com suas turmas para comemorar os 40 anos da escola municipal Júlio de Mesquita Filho, de Campinas. Para adiantar um pouco as coisas para ela, comecei a digitar os textos dos alunos do 5º ano (4ª série) sobre os perigos do cerol. Li vários bem redigidos, uns que não expressam tanta vontade e outros normais. Foi então que me deparei com uma letrinha bem pequenininha, de um estudante chamado Eric Alexandre. Achei uma graça o jeito dele escrever, porque dá para perceber o cuidado que teve em desenvolver a história e passar para uma folha de caderno. Não aguentei ao ler uma criança escrevendo na linguagem certa para o público de sua idade e tive que postar uma pequena parte do texto aqui: "O cerol matou muita gente e apesar de ser uma brincadeira de criança virou uma arma mortal (...). O cerol é usado muito por crianças p

Apenas dois parágrafos sobre Marina...

Marina não é uma menina como as outras. Ao invés de idealizar seu futuro ao lado de um amor qualquer e rodeada por filhos, sonha em viver de música, pintura ou poesia (sozinha de preferência, por favor). Desde que soube o que realmente queria, divide sua vida com acordes e sonetos, tintas roxas ou amarelas, e faz questão de não deixar nada de bom passar. Muitos dizem por aí que ela está perdida, que não tem nada na cabeça, mas Marina prefere dizer que só leva uma vida diferente, com sonhos diferentes e um pouco distante do que os outros estão acostumados. Só isso, apenas quer seguir sozinha seus próprios passos...