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Eles…

Já se passaram meses desde então. A data jamais vão esquecer, porque os transformou para sempre. E não se sugere isso simplesmente por nada. É fato que uma revolução iniciou desde que o inevitável se tornou real, por dentro e por fora, dela e dele.  Sabem o motivo, estavam felizes lá. Fugiram, ensaiaram e remediaram muitas vezes, mas sabiam que hora ou outra só iria acontecer. Se fecharem os olhos tudo se torna novamente nítido diante deles, a qualquer momento. Às vezes ficam relembrando, mas há momentos que param. É que coisas assim não deixam a mente quieta. Na realidade, tornam-se memórias tão revisitadas que os moldaram e os conduziram a um caminho que nunca pensaram em percorrer. Nem ela, nem ele.  É, ele sabe bem como ela é e vice-versa. Percorrendo o caminho, ele sabe que ela recria qualquer cenário. É que ela sabe falar com ele de verdade, de uma forma que ele jamais imaginou ser possível. Aliás, ele notou isso mais de uma vez. Com leveza, ele vive tudo aquilo novament...

Eu sou dessas...

Não sei se você é desse tipo de pessoa: se manda uma mensagem de áudio no WhatsApp, você se escuta para ver como ficou. Sim, eu sou dessas, e reconheço que esse hábito já me salvou de alguns contratempos. Mas, se não bastasse ouvir meu próprio áudio, tenho outro péssimo hábito agregado, pois também pego de tempos em tempos, sem querer, para reler as coisas que escrevi há alguns anos. Quando faço essa ‘releitura’ de mim mesma por vezes me surpreendo, algumas negativamente e outras positivamente. Às vezes não acredito que escrevi algo tão pobre ou tolo, ficando envergonhada; e, em outras, custo a reconhecer que mandei realmente bem. E hoje foi um desses dias. Enquanto meu marido está aqui estudando, lembrei desse espacinho aqui só meu e resolvi dar aquela velha nova espiada. Aí vem aquele sentimento mesclado de vergonha e orgulho, parágrafo a parágrafo, que sempre toma conta do meu pensamento. Lembranças ruins e boas me levam sempre a relembrar porque parei um tempinho da minha vida para...

Um simples aceno à realidade…

Era sábado de manhã e o meu marido tinha ido correr. Estávamos com o tempo apertado para uns compromissos a partir das 12 horas e eu ainda tinha que ir até o meu serviço, porque queria ter a certeza que o Pingo, o gato de rua que está morando lá há algum tempo, tinha comida suficiente para passar bem o fim de semana. No caminho da minha casa ao meu trabalho eu tenho que, obrigatoriamente, cruzar a linha férrea. E enquanto aguardava o recém-inaugurado trem de passageiros passar com seus vários vagões históricos e escutando os sinos da cancela, fiquei lá só vendo as pessoas  sacudindo suas mãos, fazendo tchau com a expressão de felizes da vida por estarem se divertindo. Entre crianças que você percebia que faziam aquilo pela primeira vez, pessoas tirando selfies e senhorinhas e senhorzinhos relembrando uma época áurea de suas vidas, lá estava eu dentro do carro e inerte aos abanos de mão. Aliás, eu e as pessoas nos carros ao meu redor, que mais queriam passar um por cima do outro que...

Barney Stinson tinha razão...

Sinto informar, mas este post não tem como objetivo escrever sobre a série “ How I Met Your Mother ” (que é boa, por sinal). Contudo, fiz questão de referenciar o segundo melhor personagem do seriado no título porque ele simplesmente estava certo quando defendia que Johnny Lawrence era o verdadeiro Karatê Kid . Seria injusta ao não dizer, ainda, que Guilherme Analisa também havia notado algo parecido com isso , mas só fui concordar finalmente quando maratonei a série  Cobra Kai .  Apesar de ter sido lançada em 2018, somente assisti as duas temporadas de  Cobra Kai  em setembro de 2020. Deixando de lado as paixonites adolescentes e a cara de tonto de Daniel LaRusso , focando no que realmente importa no roteiro, isto é, a sacada da série que foi excelente: aquele “loirão” que toma o chute na cara de  Daniel LaRusso  é o (merecido) destaque. Mais que isso: você passa a torcer àquele que todos amaram odiar no primeiro filme.  Admito que gosto bastante qua...

Foi o que ela disse...

Juro que não conseguia entender o sucesso da série The Office. Chegava a revirar os olhos quando a via passando em algum canal e já trocava, sem ao menos dar uma chance. Mas essa repulsa, talvez, tenha existido por eu não ter insistido em chegar até a segunda temporada. Aí que tola que eu fui!  Mas nesta quarentena, enfim, eu me redimi ao decidir assisti-la após ficar órfã da excelente Parks & Recreation. E ainda bem que fiz isso, pois The Office merece todo o reconhecido sucesso e tem um dos melhores roteiros que já tive a oportunidade de (felizmente) maratonar. Os personagens são apaixonantes, mas não a curto prazo. Você se envolve a médio e a longo prazo (e está aí algo admiro num roteiro, pois é algo dificílimo de se conseguir). Episódio a episódio você não sabe se ama ou se sente vergonha, ou até compaixão, pelo chefe Michael Scott. Senti todas essas coisas, sobretudo vergonha alheia, e passei a realmente admirar e a entender porque Steve Carell é o que é. Vendo The Office...

Ainda bem que há exceções...

Algumas vezes tenho o péssimo hábito de ler comentários de usuários na internet, costume esse que - infelizmente - adquiri pelo ofício de ouvidora, que exerço há tantos anos. Geralmente são dizeres falsos, deploráveis e/ou desnecessários, feitos por pessoas que ou estão em busca de cliques ou de brigas (ou as duas coisas).  Graças a nosso bom Deus, contudo, essa regra tem exceções valiosas e hoje me deparei com uma delas. Ao mesmo tempo que essa exceção me emocionou instantaneamente, fez-me refletir sobre o que realmente importa nessa época que vivemos, na qual algo invisível aos olhos nos obriga a não poder abraçar e beijar as pessoas que você mais ama na vida. Ao mesmo tempo, essa mesma coisa oculta também nos faz mais iguais e próximos do mundo, não importa a língua que você fale.  Dentro desse cenário esquisito fui vítima do modo aleatório do Youtube, acabando num vídeo cover de uma música do Elvis Presley, que se chama Can'n Help Falling in Love . Eis que nesse hábit...

Há sonhos...

Há sonhos que incomodam muito, mais até que aquelas hashtags horrorosas e banais do Twitter ou que vizinhos batendo na parede às 7 horas da manhã em pleno domingão. Incomodam tanto quanto motoristas que amam colar na traseira de seu veículo, mesmo quando você está dirigindo na faixa da direita e na velocidade máxima permitida àquela via.  Há sonhos que incomodam tanto que sempre que acontecem nos levam a pensar o que eles querem nos dizer, mesmo sabendo que são pura imaginação. Incomodam tanto que parecem nos dar um nível irreal de importância, a partir de revelações misteriosas ou que quase nos colocam num filme exclusivo no qual somos protagonistas na maior parte das vezes (e em muitas destas vezes, no meu caso, estou praticamente combatendo o crime sem ao menos ser capacitada para tal). Também há sonhos que incomodam muito pelo simples (ou grande) fato de serem caóticos a ponto de fazerem sentido, de serem tão reais e inoportunos que falsamente nos criam significa...