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Mostrando postagens de setembro, 2025

O que enxergo em você…

É fascinante como percebemos o mundo de formas tão distintas. O que é belo para um pode ser insignificante para outro, e vice-versa. Mas há um tipo de visão que transcende essas diferenças, uma que é própria de cada alma: a capacidade de enxergar a essência verdadeira do outro. É aí que reside a verdadeira beleza das coisas. Essa visão é rara, quase mágica, mas quando acontece, é transformadora. É como um vício sutil, que nos deixa vulneráveis, mas de uma vulnerabilidade que acolhemos com prazer. Pode parecer fraqueza (e que seja!), mas quando ocorre, nada permanece como antes. Ideias ganham vida, sensações se tornam novas aventuras, e a alegria se manifesta, pura e intensa, nunca fugaz.  Enxergar o melhor de outra alma é ter o prazer da companhia genuína, o desejo mútuo de se querer bem com o que se é, não com o que se tem. É se dar bem, não desejar mal a quase ninguém, e ir à luta conhecendo a dor, mas sem jamais se render a ela. É algo tão belo quanto indizível, pois há um tipo ...

Quando um certo alguém…

Por tanto tempo tentei evitar seus olhos, mas, quando não consegui mais, simplesmente não pude reagir. Eles exercem sobre mim algo único: fico paralisada diante da intensidade que revelam. Não sei explicar, mas só consigo ser eu mesma na presença deles. São tão encantadores, e me deixam tão à vontade, que não consigo fingir absolutamente nada. Sou o que sou, com intenções explícitas, com ou sem. Seus olhos, aliás, cruzaram meu caminho e mudaram minha direção. No início, eu até ficava sem jeito, mas eles despertaram sentimentos de tal intensidade e profundidade que não me restou outra alternativa senão me entregar. Já tentei deixar isso subentendido, pois parecia uma fraqueza, mas agora pouco me importa. Sei que não é algo fugaz, tampouco abstrato. É algo que me faz tão bem, como a brisa na pele após um dia de sol.  E assim sigo, quando um certo alguém simplesmente olha para mim…

Autenticidade de viver por si...

Não há nada mais triste do que alguém que vive à sombra da vida alheia, alimentando-se de histórias, experiências e conquistas que não lhe pertencem. Essa dependência emocional cria um ciclo tóxico, onde a alma se perde, incapaz de se reconhecer e de ser quem realmente é.  Quando alguém se mergulha tanto na vida dos outros, torna-se um espectador passivo. Essa pessoa observa e se envolve de maneira quase obsessiva, mas, no fundo, permanece à margem de tudo. Pode parecer próxima da realidade, ao pensar saber cada passo da rotina, mas na verdade não conhece o que realmente importa. E é difícil imaginar uma vida tão vazia quanto essa! Para tentar preencher esse vazio, muitos recorrem a autohomenagens, numa tentativa desesperada de transmitir uma imagem de sucesso e felicidade. É um esforço fútil para afirmar uma identidade que, na verdade, não existe. Essa necessidade de validação revela apenas a inveja que se transforma em força motriz, levando a promover discórdias e conflitos, na e...

Semelhante atrai semelhante…

Tenho um amigo muito querido chamado Joel, com quem tive o privilégio de conviver por quase três anos no trabalho. Ele é uma das pessoas mais inteligentes e especiais que já conheci e me lembrei de nossas conversas hoje, enquanto refletia sozinha - olhando para o céu! - sobre todas as mudanças que tenho vivido e os desafios que venho aprendendo a superar.  Foi aí que me lembrei de uma das nossas conversas durante o almoço, dessas que sempre me marcavam. Joel é major da reserva e - entre tantas habilidades - também é piloto. E em uma de nossas conversas, ele certa vez me explicava sobre helicópteros, suas engrenagens e, principalmente, a atenção necessária no momento do pouso. Pegou um papel e, com a simplicidade e sabido que só, desenhou ondas para me mostrar como as vibrações do solo e da aeronave precisavam estar em equilíbrio. Caso contrário, disse ele, o helicóptero poderia se desmontar por completo. E aí não aconteceria o pouso, mas um enorme acidente.  E ele me explicand...