E o que faço agora, com o diploma rasgado em mãos?

Queria fazer uma graduação e lá fui estudar o que eu sempre quis:

  • Curso escolhido: jornalismo, sonho de criança que iria se realizar;
  • Investimento: mensalidade do curso, transporte, alimentação, muitos livros, encadernações e cópias, fitas mini-DV, aluguel de câmera e cinegrafista, idas e vindas de São Paulo e Brasília para entrevistas, contas absurdas de telefone (por causa das entrevistas), etc;
  • Consequências do investimento: pai, mãe e Gabi se matando de trabalhar e se privando de muitas coisas, com dinheiro contado para tudo;
  • Duração: quatro anos estudando feito louca semiótica, teorias de comunicação, história da arte e do jornalismo, português, infografia, filosofia, técnicas de redação para TV, rádio, jornal e revista, jornalismo científico, investigativo, cultural, esportivo, econômico e tudo sobre assessoria de imprensa. Isso sem falar do tempo dedicado aos projetos semestrais de Iniciação em Jornalismo e outros trabalhos que tomaram noites e noites de sono...

Ufa! Os quatro anos se passaram e após tanto esforço me tornei uma bacharel em comunicação social, com habilitação em jornalismo e diploma em mãos. Sonho realizado!

Agora você vai me dizer: "Nossa, Gabriela. Está vendo como valeu a pena estudar, se dedicar ao seu sonho e conseguir se formar?". Infelizmente terei que lhe responder: não, não valeu a pena. E sabe por quê? Porque o Supremo Tribunal Federal aprovou por 8 votos a 1 a não obrigatoriedade do diploma para jornalista.

Além de jogarem no lixo minha formação acadêmica, investimentos e anos de estudo, sem falar nos meus direitos trabalhistas, anularam também o seu direito à informação de qualidade...

Comentários

MARU disse…
Querida Gabi, es una gran injusticias.Primero para las personas que han empleado tantos años y esfuerzos de toda clase.
Segundo porque quitan credibilidad, confianza y seriedad a una actividad, que en manos ignorantes,puede ser peligrosa.
Que me garantiza ahora que lo que estoy leyendo, sea del ámbito que sea, es riguroso y veraz?
A quien, y bajo que pretexto, podemos pedir responsabilidad, en caso de negligencia.
O es que todo vale?
Lo siento, por ti y por todos, amiga
Paulo Medina disse…
É Gabi, infelizmente, quem tem o desejo de evoluir e crescer intelectualmente neste país não tem chance, não há um pingo de reconhecimento. Supremo Tribunal Federal obrigado por fazer um Brasil a cada dia menos informado. Relator Gilmar, você (por que este não merece que o chame de Senhor e muito menos Meretíssímo, se para ele a minha futura formação não vale, a dele para mim também não, já que como país somos uma bagunça mesmo, então não há desrespeito quanto a isso). Gabi, aqui é o namorado da gaby hahaha, que foi entrevistar você para o trabalho do Roni. Lembra?
Abraços
Anônimo disse…
Então, Gilmar você me incentivou muito a estudar viu?
E cozinheiro é a ... !
Vanessa Ramos disse…
Querida amiga, e companheira de profissão,
Eu lhe digo o que devemos fazer, com o nossso tão ‘ralado’ diploma.
Vamos pendura-lo na parede.Exibi-lo. E fazer jus, ao que aprendemos!!!
Sabe por que?Porque teremos orgulho dele, quando nos depararmos com ‘noticinhas’ completamente mau escritas e infundadas...
Não me arrependo de ter investido grande parte do meu tempo e dinheiro, nestes 4 anos de estudos...Quatro anos de aprendizado, descobertas, amizades, friozinho na barriga á cada apresentação dos ‘PREX’....Em fim, quatro anos, que culminou em uma única palavra, CONQUISTA.
Viva ao nosso DIPLOMA.
Emerson Souza disse…
Gabriela,
Passei por este mesmo processo e, na minha opinião, esta decisão não muda nada do que já existe hoje. Existe muita gente que exerce a função de colunista, apresentador, repórter e, muitas vezes, não tem diploma algum.
O fato de você estar mais bem preparada do que as pessoas que não fizeram o mesmo caminho só vai te beneficiar, comprovando sua capacitação.
No final, como sempre, são as empresas que farão a escolha (como acontece em quase todas as áreas).
Bjus.
Emerson Souza disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Flávio disse…
Acho que nada substitui o conhecimento, experiência, cultura geral. Há excelentes jornalistas sem diploma, como há também graduados medíocres.

Acredito que os empregadores continuarão buscando estagiários nos centros acadêmicos e, por isso, essa decisão não deve mudar muito do que já é realidade no mercado.

Entendo também que os diplomados sintam-se desvalorizados com essa medida, mas não é algo que acontece só no jornalismo.

Gostei bastante da opnião do Max Gheringer na CBN de hoje:

http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/max-gehringer/MAX-GEHRINGER.htm

Abraços
Flávio disse…
Acho que nada substitui o conhecimento, experiência, cultura geral. Há excelentes jornalistas sem diploma, como há também graduados medíocres.

Acredito que os empregadores continuarão buscando estagiários nos centros acadêmicos e, por isso, essa decisão não deve mudar muito do que já é realidade no mercado.

Entendo também que os diplomados sintam-se desvalorizados com essa medida, mas não é algo que acontece só no jornalismo.

Gostei bastante da opnião do Max Gheringer na CBN de hoje:

http://cbn.globoradio.globo.com/comentaristas/max-gehringer/MAX-GEHRINGER.htm

Abraços
LUH KAIZEN disse…
TITULO: Devem estar brincando com o Jornalismo
Sub-título: Supremo praticamente cassa a profissão de Jornalista

Lead:Não sou sou Jornalista, não posso compor um Lead

Se toda pessoa constituida, gozando de seus plenos direitos de liberdade de expressão pode, a revelia de Titulo de profisional, compor, redigir e publicar matéria jornalística, como fica a "liberdade de imprensa", com uso de credenciais que garantem a entrada privilegiada e justa, de jornalista e repórteres fotográficos em eventos, convenções e afins???
Posso eu, do alto do meu puro interesse e direito dado pelo S.T.F. requerer a minha entrada num evento qualquer, aliás, no referido Tribunal e solicitar uma entrevista com o Excelentíssimo Senhor Juiz?
Preciso eu informar o veículo para o qual trabalho, se impresso, televisivo ou irradiado, bem como existir um veiculo legalmente constítuido para que eu possa me associar para cumprir o meu direito de expressar minha opinião, mas não sem antes saber de uma fonte segura algo para escrever, como a opinião de um Juiz???

É carissíma Gabi...
Já não bastasse entrevistadores não terem obrigação nenhuma com o jornalismo, agora, não há obrigação nenhuma de nenhuma parte para com o mesmo...
E vivas ao Supremo!!!
\Ô/
Óóóó "SUPREMO"!

PS: Sou fotográfo e , esporadicamente acompanho uma jornalista para fazer a cobertura fotográfica.
Fiquei pensando... Poderia eu mesmo fazer as fotos, a entrevista e por o meu lindo nominho lá na matéria do jornal, mas tenho certeza de que estaria "anulando o direito à informação de qualidade..."
Felipe Mattar disse…
Por isso que eu sempre digo: Este País é uma piada ! A outra profissao que será extinta, será a de palhaço ( por que já existe mais de 120 milhões neste país ) e tbm de humorista, a quantidade que está em brasília, já preenche todas as vagas em aberto para esta profissão.
Marcelo Mayer disse…
bom, vc sabe que tb sou da comunicação social e vejo falhas no curso de jornalismo, principalmente no processo de formação deste profissional. mas o STF teve uma atitude equivocada. e tá na hora desta classe da comunicação agir.
Gabriela Angeli disse…
Luna, como está?

É isso mesmo, uma atividade tão importante não pode ser negligenciada de nenhuma forma.

Logicamente todos têm o direito de se expressar oralmente ou por escrito, mas escrever uma notícia ou reportagem não é tão fácil assim quanto pensam.

Enfim, só espero que as empresas de comunicação não deixem de lado os profissionais que lutaram por seu espaço...

Beijos e saudades!

***

Oi, Paulo, como vai?

Primeiramente obrigada por sua visita aqui, seja sempre bem-vindo!

Quanto ao cancelamento do “diploma”, será que os bacharéis em Direito deixariam também cair seu piso salarial ou gostariam de ver sua formação acadêmica ser pisoteada? Acredito que não, achariam um absurdo...

Nosso dever agora é mostrar que jornalismo sério requer conhecimento e que a formação é importante na construção disto tudo. Logicamente não aprendemos tudo nos bancos universitários, mas eles são a base para a construção de qualquer carreira...

Beijos!

***

Oi, senhor Anônimo! Risos...

Minha mãe dizia: “estuda, minha filha, estuda que vale a pena”. Fiz isso e olha o que o senhor Gilmar fez?

Beijos!

***

Oi, Van! Que saudades!

Você não está errada. Só Deus sabe o quanto todos nós ralamos para conseguir esse “comprovante”! Pendurado ou não na parede, devemos fazer valer nosso direito de quatro anos de muito estudo. Afinal, o aprendizado eles certamente não tirarão de nós, mas melhores condições de trabalho e de registro com certeza já tiraram...

Que nossa conquista não seja repudiada por ninguém, que seja infinita!

Beijos!

***

Oi, Emerson!

Espero que não mude nada, realmente. Este campo já é muito recriminado e cheio de cargos de confiança, repleto de pessoas desqualificadas que tiram a oportunidade do desenvolvimento ou do reconhecimento de profissionais capacitados.

De fato sempre precisarão de jornalistas habilitados a fazer toda a produção das reportagens e etc, mas várias organizações preferirão contratar não diplomados para diminuir seus gastos com mão-de-obra.

Não sei se estou correta, porém acho que esta decisão só intensificou um problema que já tínhamos e que acontece também na publicidade...

Um beijo!

***

Oi, Flávio!

Realmente nada é capaz de substituir o conhecimento, graças a Deus. Com toda certeza há jornalistas diplomados estúpidos e excelentes sem diplomas, principalmente se englobarmos os que aprenderam a ser jornalistas na redação, logo na adolescência.

Tem um romance do Fernando Molica chamado “Ponto de partida” que brinca com isto, em uma reflexão que o protagonista diz que os jovens jornalistas de hoje sabem escrever muito bem, mas os de antigamente sabem fazer jornalismo de verdade.

Espero que os empregadores não se aproveitem da situação para reduzir seus gastos com mão-de-obra e que intensifiquem suas buscas nos centros acadêmicos. O sentimento que fica realmente é de desvalorização...

Obrigada pela dica de leitura!

Um beijo!

***

Oi, Luh!

A pergunta que fica é: será que eles se preocupam realmente com a qualidade da informação? Será que é vantajoso para eles? Prefiro não responder...

Um beijo!

***

Oi, Felipe!

É, realmente no senado e na câmara há uma quantidade enorme! E a maior parte das piadas destes seres são de mal gosto para nós, mas excelentes para eles...

Um beijo! = )

***

Oi, Má!

Falhas com certeza há de monte, mas nada disso exclui nosso direito ao diploma. Já nos organizamos e em breve queremos nossos direitos de volta!

Um beijo e me liga antes de ir para a Espanha! rs
Saco de Bagulhos disse…
Fiquei muito chocado com esta decisão. E eles alegam que fazem justiça! Sei... Um exemplo catastrófico de desrespeito e de desvalorização com a classe jornalística sem precedentes! No entanto, Gabi, valorize tudo q aprendeu, honre tudo que investiu, reconheça que tudo valeu a pena para o seu crescimento pessoal me profissional, a tua bagagem ninguém tira, e saiba que o mercado por muito tempo ainda dará muito valor para quem carrega o canudo, tenho certeza disso. Te cuida. Beijo
Gabriela Angeli disse…
Oi, Márcio!

Valorizar o conhecimento sempre, Márcio, só espero que esta decisão seja revertida. O grande problema é a questão dos direitos trabalhistas, que terão mais uma forma de serem desrespeitados!

Obrigada pelo comentário!

Beijos,
Gabi.

Postagens mais visitadas deste blog

Me dá um abraço?

Não sou obrigada...

Apenas dois parágrafos sobre Marina...