O que lhe faz querer...
Adoro textos que iniciam com uma pergunta. Acho que porque acredito que este recurso ao começo de um contexto tem um quê de mistério, de dúvida (óbvio!) e que quase que nos pega pelas mãos para saber até aonde se pode ir dentro dele, motivando a querer seguir e seguir. É quase que um poder de sedução e que não dá para resistir na maioria das vezes.
E apesar de ter iniciado este texto com uma afirmativa longa, tomei a liberdade para fazer uso deste recurso e lhe perguntar: o que lhe faz querer seguir e seguir? A mim muitas coisas, confesso. Se for para frente são família (e a ideia de poder construir minha própria família), amor, trabalho, música, amigos (poucos e selecionados, mas queridos de verdade), filme, cachorro, gato, malhação, sobremesa, comida de avó, abraço, conversa boa, roupa e sapatos novos, piada ruim, costura, canto de maritaca e corrida, muita corrida. Tudo isto junto e misturado, às vezes mais de um e menos de outro.
A lista para seguir em frente é vasta, mas começa a ficar bem restrita quando a opção de seguir nos leva para trás, lá naqueles momentos em que ficar embaixo das cobertas parece ser a melhor ideia do mundo e no qual o quintal do vizinho, mesmo sem grama, sempre será mais verde que o seu. E quando me pego seguindo para trás me questiono da mesma maneira que fiz no segundo parágrafo, bem aí em cima. Nestes momentos me lembro o quê a prática da corrida me ensinou para seguir em frente, sempre. Vou me explicar melhor...
A lista para seguir em frente é vasta, mas começa a ficar bem restrita quando a opção de seguir nos leva para trás, lá naqueles momentos em que ficar embaixo das cobertas parece ser a melhor ideia do mundo e no qual o quintal do vizinho, mesmo sem grama, sempre será mais verde que o seu. E quando me pego seguindo para trás me questiono da mesma maneira que fiz no segundo parágrafo, bem aí em cima. Nestes momentos me lembro o quê a prática da corrida me ensinou para seguir em frente, sempre. Vou me explicar melhor...
Se você decide começar a correr é porque você tem um objetivo. Fugir do estresse, por recomendação médica, para estar na moda, para emagrecer, para se sentir bem, porque ama comer sobremesa, para fugir do cachorro bravo, enfim, muitos podem ser os motivos. E a partir do objetivo definido se estabelece, então, uma meta (tempo, percurso, trajeto, quilômetros, pace, etc.) e inicia com a caminhada para se acostumar. Em seguida, dá os primeiros passos apressados. E é aí que o bicho pega: tudo é desconfortável, a respiração não se encaixa com os movimentos das pernas, você não sabe o que fazer com os braços e parece pesar três vezes mais, com tantos e tantos outros motivos. E é aí que se questiona: seguir em frente realmente vale a pena?
Penso que na vida também é assim. Se você parar, termina por ali porque os motivos não são suficientes para fazer você seguir em frente. Pelo menos naquele momento permanece ou vai para trás. Se persistir, porém, o corpo se ajeita com o tempo, o desconforto vira vontade e a vontade faz tudo ficar mais próximo do fim. Quando se chega ao final da corrida você pode estar dolorido ou não, querer continuar mais um pouco, ter percorrido um trecho curto ou longo, não importa, a decisão depende do que lhe faz seguir. Em todos os casos, contudo, quando se chega o fim é quase que impossível não se entregar à sensação de dever cumprido, ao poder de sedução das endorfinas tomando conta do seu corpo. Faz você querer ir além, dentro daquilo que seu corpo lhe permite.
E trazendo o que a corrida me ensinou à vida, ela reforça a pergunta lá do segundo parágrafo. Torna este questionamento uma constante. Mostra que a escolha, logicamente, é livre para quem quer seguir, permanecer ou ir para trás. Depende apenas se você quer correr cada vez mais longe, seguir mais alto e mais forte. O que lhe faz querer só depende da forma como você quer seguir e seguir.
Penso que na vida também é assim. Se você parar, termina por ali porque os motivos não são suficientes para fazer você seguir em frente. Pelo menos naquele momento permanece ou vai para trás. Se persistir, porém, o corpo se ajeita com o tempo, o desconforto vira vontade e a vontade faz tudo ficar mais próximo do fim. Quando se chega ao final da corrida você pode estar dolorido ou não, querer continuar mais um pouco, ter percorrido um trecho curto ou longo, não importa, a decisão depende do que lhe faz seguir. Em todos os casos, contudo, quando se chega o fim é quase que impossível não se entregar à sensação de dever cumprido, ao poder de sedução das endorfinas tomando conta do seu corpo. Faz você querer ir além, dentro daquilo que seu corpo lhe permite.
E trazendo o que a corrida me ensinou à vida, ela reforça a pergunta lá do segundo parágrafo. Torna este questionamento uma constante. Mostra que a escolha, logicamente, é livre para quem quer seguir, permanecer ou ir para trás. Depende apenas se você quer correr cada vez mais longe, seguir mais alto e mais forte. O que lhe faz querer só depende da forma como você quer seguir e seguir.
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