Finalmente cheguei nos 29A...

Lembro-me quando minha tia Renata - que chamo carinhosamente de Jô desde que me conheço por gente - fez 30 anos. Festeira e animadíssima (continua assim até hoje!), as comemorações do aniversário dela sempre foram as melhores e ficaram marcadas como excelentes recordações de minha infância e minha adolescência. Tenho-a, inclusive, como minha segunda mãe de tanto que a amo, mas - apesar da convivência - não herdei esta "alma festeira" que ela tem, acabando ficando com a parte "caseira" da família. 

Enfim, voltando à festa de 30 anos da tia Jô - e o que este evento tem a ver com este texto (até tardio) - foi nesta data que ela me ensinou uma brincadeira que nos acompanha nas conversas até hoje:  quando uma mulher completa seus 29 anos e 11 meses, em seu aniversário de 30 anos, ela deve começar a contar a idade com o número 29 e expressar o passar dos anos com a ajuda das letras. Como seria isto? Ao invés de dizer "fiz 30 anos", diria "fiz 29 A" e aos 31 anos "29 B", seguindo assim pelo resto da vida ou até acabar o alfabeto. Este tipo de contagem amenizaria, em tese, o peso da idade e deixaria mais divertido o ato de ficar mais velha.  

Na época em que ela me ensinou isto achei muita graça e fiz imediatamente as contas de quando chegaria a data em que euzinha deveria contar minha idade desta forma. Achava que estaria bem velha e que este dia estava longe demais para me preocupar e, definitivamente, estava mesmo. E assim a brincadeira do contar a idade com o número 29 mais as letras seguiu pelo A, B, C, D, E, F e vai forte até os dias de hoje. É nossa piada particular que se tornou pública a partir desta postagem.Se me permitem uma observação: tia, sei que 30 de abril está próximo, mas fique tranquila que não vou compartilhar em qual letra está a sua contagem em pleno 2015!

Eis então que no último mês de 2014, ao 19º dia de dezembro, finalmente cheguei na data em que deveria começar a contar minha idade com o número 29 seguido de uma letra, na sequência do alfabeto. Confesso, porém, que ao invés de me sentir velha - como achava que iria me sentir quando ela me contou esta história e fiz as contas - sinto-me exatamente ao contrário do que imaginava. Passou mais rápido que pensei naquela época e não fazia ideia do que é o chegar dos 30 anos na vida de uma mulher (muito menos do quanto isto mexe com a cabeça do gênero feminino).

Sei que o metabolismo e o colágeno começam a despencar na vida da gente a partir desta idade. Entretanto, fazer meus 30 anos foi MUITO melhor que fazer meus 15, 18, 21, 25 ou 29 anos. No completar a 30ª primavera surge a vontade de celebrar tantas coisas boas que a lista seria enorme se começasse a ordená-las. Você percebe que reconhece bem mais as reais e boas atitudes, valoriza o que é para ser valorizado, não se importa com o que não deve se importar, diz não quando realmente quer dizer não e sim quando se quer, pensa como seria bom ter um filho e, sobretudo, a amar e a valorizar cada dia mais quem realmente é merecedor. A fé aumenta, assim como o desejo de querer estar com sua família, seu amor e seus reais amigos.

Já no aspecto profissional - pelo menos eu! - você tem uma visão mais clara das suas escolhas  e enxerga com mais maturidade que caminho quer seguir a partir de então. E se o assunto for saúde eu só tenho a celebrar, pois nunca fui tão feliz nas escolhas que levo ao prato e JAMAIS (jamais mesmo!) estive tão em forma quanto estou hoje. Correr, então, tornou-se tão essencial quanto água, assim como nadar, pedalar e marombar. Confesso que nem aos 15 anos conseguiria fazer as provas de resistência e treinos que faço atualmente, acompanhada sempre de uma turma mais que perfeita de amigos. Ganhei até um irmão de coração na busca por mais qualidade de vida. Buscar mais saúde tornou-se minha válvula de escape, meu passatempo predileto.  

E depois de tantas palavras ainda posso escrever, sem dúvida alguma, que passados os meus 29 anos e 11 meses compreendi exatamente o que a minha tia Jô queria dizer com aquela forma de contagem de idade. Aos chegar aos 30 anos podemos olhar para trás e ver o quanto já percorremos em nossa jornada, mas ao olhar à frente e ao agregar as letras na contagem, porém, percebemos que ainda temos que aprender as novas formas de ver, aprender e vivenciar esta coisa boa que é viver. Espero, porém, conseguir aliar números e letras e completar, pelo menos, mais da metade do alfabeto. Então que venham os 29 A, B, C, D que meu objetivo é chegar ao 29Z!

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