Não sou obrigada...
Trabalhando com relações humanas e sentindo muita, muita
falta dela no trato do dia a dia fui procurar no dicionário o significado da
palavra “obrigado”. Juro que fui pesquisar com um pensamento tão positivo que
ao consultar sua real definição fiquei bem decepcionada. Fiz até esta carinha do emoticon do WhatsApp, esta bem aqui ao lado...
E por que fiz a carinha à lá WhatsApp? Porque nem o “pai dos
burros” dá um crédito positivo ao iniciar a definição desta palavrinha, que
está tão sumida ultimamente. Logo sai disparando que é
algo que se obrigou, imposto por lei, imposto pela arte, uso ou convenção;
necessário e forçado.
Não sei se você vai concordar, mas a definição inicial do
tal Aurélio – do famoso “obrigado” – confronta diretamente o que nossas mães,
pais, tios e avós nos ensinaram há bastante tempo. Quando nem sabíamos falar direito, já entendíamos perfeitamente
que o “obrigado” era algo positivo, até precioso e que ia além
de um sinônimo de boa educação diante às relações diárias, no trato com o
próximo. Não era imposto, apenas reflexo de uma relação de troca entre duas pessoas.
Na infância o dizer “obrigado” – de forma sincera! – era
algo mágico, lúdico e que despertava sorrisos. Era algo tão mágico que só
podíamos dizer para retribuir algo vivenciado. Contudo, quando chegamos à vida
adulta, esta palavrinha que era tão mágica e refletia sentimentos de
agradecimento, gratidão ou reconhecimento fica endurecida, fria e se torna,
apenas, o particípio de se obrigar a algo e que envolve poder, força e
imposição. Situação fortalecida pelas primeiras definições do nosso querido
dicionário.
E apesar de respeitar e agradecer imensamente o conhecimento do tal nobre glossário de vocábulos, não vou me sentir imposta a aderir suas
definições iniciais ao "obrigado". Prefiro mesmo é ficar com o entendimento passado pelos meus pais, tios e avós. Afinal, pelo menos para mim, o "obrigado" ainda continua a ter aquele sentimento mágico (e do qual eu tanto sinto falta!)...
Comentários
Oi, Anônimo, boa noite! Agradeço o seu comentário e respeito sua opinião sobre "este cara", como escreveu. Aprender é sempre bom e espero fazer isto até meu falecimento, pois quem pensa que sabe de tudo (na realidade) não sabe de nada. E aprender é muito mais do que está descrito em livros ou que é fruto do trabalho árduo de pensadores, poetas ou personalidades brasileiras, como bem disse; a literatura é muito vasta, versátil e agrega conhecimento, mas não sabedoria à vida. Acrescenta, mas não é tudo. Pode não concordar comigo, mas a vida é bem mais do que está nos livros; o aprendizado real, aquilo que vale a pena, está no dia a dia e envolve lidar com respeito com o próximo, aprender com os mais velhos e mais novos, a querer ser melhor e fazer isto na companhia de seus entes queridos. E aceito sua crítica!
Rô e André, também os agradeço pelo carinho de sempre!