Na palma da mão...

Ontem fui surpreendida. Em meio a comes e bebes, numa confraternização bastante animada, aquele senhor olhou para mim e me fez uma pergunta tão direta e reta que me deixou sem resposta imediata. Mas não foi a pergunta em si que me deixou sem palavras. O que fez isso foi todo o enredo que se desenrolou. E se tem algo que jornalista ama são belas ou curiosas tramas. 

Logo após a pergunta, ele delicadamente pegou a minha mão direita e a virou com a palma para cima. Brinquei se era cigano (sim, sou daquelas que tentam fazer piada para esconder o desconforto) e ele, sorrindo, ignorou totalmente meu questionamento. Apesar de não acreditar nessas coisas de clarividência e ficar bem pistola com a ignorada à minha piada de desconforto, a forma com a qual ele me olhou e sorriu em seguida me deixou com medo (confesso). 

Só fiquei aguardando o que viria e ele foi logo disparando várias afirmativas enigmáticas, que me deixaram com cara de ponto de interrogação. Pediu para não me assustar, que estava tudo uma bagunça neste momento, e foi disparando coisas que eu não comento nem comigo mesma. E eu, com minha cara de ué, fiquei ali sem reação com as coisas que ele disse e que não foram poucas. 

Sou cética com esse tipo de coisa, ele não sabe absolutamente nada sobre o que se passa ou deixa de passar no meu dia a dia, mas falou com um grau de conhecimento e detalhes que realmente me deixou espantada. Em sua defesa, disse que desde a infância tinha facilidade enorme em antecipar situações e prever desfechos. Relatou-me sobre vários casos, compartilhou parte de sua história de vida, e concluiu tudo dizendo que eu era livre para acreditar ou não. 

E eu, que nem horóscopo leio ou acredito, fiquei em choque? Sim, não nego. Sou livre para acreditar ou não em tudo o que ele disse? Certamente. Era tudo o que queria ouvir? Sim, mas custo a acreditar se tudo realmente estava desenhado ou escrito na palma da minha mão...

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