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Mostrando postagens de março, 2025

São apenas textos…

Algumas pessoas estão perguntando o que está acontecendo comigo, por conta dos meus textos. E eu, sinceramente, tenho achado isso até engraçado, pois escrever sempre foi uma diversão para mim. Faço isso desde 2008, num espaço particular, mas somente nos últimos tempos é que tomei coragem de torná-los públicos novamente.  Sempre escrevi sobre tudo. Não comecei a fazer de uma hora para outra. Ao contrário do que alguns imaginam, meus textos quase nunca são sobre mim, tampouco sobre alguém ou sobre você. São apenas textos.  É verdade. Os conteúdos quase nunca combinam com essa pessoa que muitas vezes você pensa conhecer. Mas é que todos têm um lado que poucas pessoas sabem de verdade. Meu lado escritora é bem mais complexo se comparado com o “eu” que desfila pela rua. Novamente, não é sobre mim, sobre alguém ou tampouco sobre você.  O fato, assim, é que há algum tempo comecei a dar vazão a algumas inspirações, percepções ou devaneios. Uma pessoa, em particular, fez-me novame...

Amor, antigo amor…

Crônicas sempre fizeram parte da minha vida, pelo menos da adulta. Descobri esse meu gosto por esse lindo gênero literário ainda antes de saber o que era isso. E de paixão virou um grande amor, tão grande que foi até tema à minha formação em estudos literários, anos depois.  Só poderia amar um gênero tão autêntico e tipicamente brasileiro. Nenhum outro país consegue transformar em literatura o que acontece no dia a dia. São textos mais curtos que podemos levar como inspiração a uma vida. Não tem forma melhor de refletir sobre o ordinário.  E se tem alguém que sabia escrevê-los de forma admirável, era Rubem Braga. Aliás, ele e Clarice disputam, no meu coração, um espaço que é só deles. Seus textos falam comigo de uma forma tão intimista que eu só poderia amá-los. A descrição do que faziam do que é diário e rotineiro me levam a estar junto com eles a cada frase lida. Às vezes é devassador à alma, mas outras transformador.  Clarice sempre está comigo quando preciso entender ...

A mensagem chega…

Como é bom escrever. Colocar no ‘papel’ ideias e pensamentos, ordená-los em frases, criar contextos e construir histórias é uma dádiva. Agradeço a Deus por sempre ter me dado esta facilidade, que é jogar com as palavras desde cedo. Como eu amo fazer isso. Escrever, para mim, é um ato de pura liberdade. Sou o que sou. É quase até uma prática de amor próprio, pois é algo que faço com muito carinho e desprendimento. É uma prática que afaga a alma, pois a permite estar em qualquer lugar, não importa o tempo ou deslocamento. Como é bom ter histórias para contar. Por meio delas a vida fica ainda mais bonita. Fica tão vívida que só poderia aproveitá-la em cada frase. Não importa se o dia foi bom ou ruim. Com as palavras organizadas fora da mente, desprendo-me do tempo. Vivo cada fonema. É incrível o poder que a escrita tem.  Escrever, assim, é se aproximar de quem está longe a cada sílaba idealizada. Goste você ou não da pessoa, a mensagem chega, sempre chega. E se tem algo que enobrece o...

Sempre esperando…

Eu sempre tive que esperar. Por tudo, por todos. É até uma ironia da vida, pois sou o tipo de pessoa que não gosta de se atrasar e, se me atraso, é porque foi extremamente necessário. Puxei ao meu pai nesse quesito. Contudo, sou sempre aquela que - por chegar antes ou dentro do combinado - espera. E a espera, para quem tem ansiedade, é uma péssima situação. Ela parece nunca ter fim; o tempo não passa e nada está bom. A impaciência toma conta da gente de um jeito, que fica chato conviver consigo durante aqueles minutos que equivalem a uma eternidade.  Talvez seja por isso que considero a espera um ato de amor. Você abdica daquilo que é mais valioso para você, para aguardar algo que pode nunca chegar ou nem merecer. Realmente espero que esse tempo todo valha a pena! 

Rampeira jamais...

Há algum tempo tenho enfrentado situações que me colocaram à prova. À prova de tudo, para ser bem sincera. Diria até que fui desafiada a enfrentar a mim mesma e meus pensamentos, dos quais eu sempre fui tão refém. Com o tempo, olhando ao meu redor e para dentro de mim, percebo que essas experiências me moldaram de uma forma que eu nunca imaginei. E eu, que sempre fiz de tudo para agradar os outros e passar despercebida, fui exposta. No começo, senti-me vulnerável, como se estivesse nua diante de todos. Mas hoje, isso já não me afeta. Isso porque adotei para minha vida os conselhos de Polônio a Laertes. Não dou mais voz aos meus pensamentos tolos, para não transformá-los em ações impensadas. Além disso, passei a valorizar ainda mais a simplicidade e a gentileza. Ser amistosa me afasta da vulgaridade. Ao contrário de algumas, jamais me rebaixarei a isso. Não sou rampeira e nunca serei.  Aprendi também que nem todo mundo é bom. Sempre acreditei que as pessoas eram, mas não. Na verdade...

A realidade que você me traz...

Acordei pensando em você. Eu sempre faço isso, mas é que hoje me deu um enorme aperto no peito por você não estar lá. Na verdade, nunca esteve nesse momento tão nobre do dia. Queria que estivesse, mas nunca esteve.  Tomando meu café, fiquei divagando e pensando que, por mais que renegue, esta sua ausência material me sufoca em alguns momentos. Mas otimista que sou, sei transmutar tudo isso em algo bom. E te digo o porquê.  Não vou mentir para você: às vezes lido bem com isso, outras vezes não. É porque esse vazio, que parece dar um nó no meu pescoço, relembra-me que há a realidade. E ela é nua e crua, sem ilusão. É o que é, sem enganar. Mas ela não me derruba, ela me fortalece.  A realidade - que me traz o fato da sua ausência física! - sempre me mostra algo fenomenal. Ela tem sido uma amiga verdadeira. Tem feito com que eu, obrigatoriamente, tenha que sair da zona de conforto praticamente todos os dias. E isso me leva a enfrentar situações e sentimentos que, no longo pra...

Tempo ao tempo…

Viver um dia de cada vez. Essa frase realmente mudou a minha vida, sobretudo nos últimos dias. Para quem tem ansiedade, lidar com o tempo é algo desafiador. Se nos pedem calma, então, aí é que as coisas ficam ainda mais complexas. E tudo o que não preciso é de mais curvas sinuosas neste momento. Viver um dia de cada vez é saber que o passado (infelizmente) não se muda, mas te molda. É entender que as coisas aconteceram da forma que deveriam, queira você ou não. Por mais que doa, ele é o seu próprio museu de escolhas. Contemple ou não, o que foi já foi. Viver um dia de cada vez é saber que você tem que estar no presente. O que é real é o que está acontecendo agora, nada mais que isso. É compreender que o cheiro, o gosto, a sensação, o toque, a vista, o entorno, tudo é o que é, e o que você precisa fazer é vivê-lo. Não há escapatória; é viver sem pensar no que vem no milésimo seguinte. Viver um dia de cada vez é saber que o futuro é algo que ninguém sabe e que ninguém controla. Nem você ...