Rampeira jamais…
Há algum tempo, tenho enfrentado situações que me colocaram à prova. À prova de tudo, para ser bem sincera. Diria até que fui desafiada a enfrentar a mim mesma e meus pensamentos, dos quais eu sempre fui tão refém.
Com o tempo, olhando ao meu redor e para dentro de mim, percebo que essas experiências me moldaram de uma forma que eu nunca imaginei. E eu, que sempre fiz de tudo para agradar os outros e passar despercebida, fui exposta. No começo, senti-me vulnerável, como se estivesse nua diante de todos. Mas hoje, isso já não me afeta.
Isso porque adotei para minha vida os conselhos de Polônio a Laertes. Não dou mais voz aos meus pensamentos tolos, para não transformá-los em ações impensadas. Além disso, passei a valorizar ainda mais a simplicidade e a gentileza. Ser amistosa me afasta da vulgaridade. Ao contrário de algumas, jamais me rebaixarei a isso. Não sou rampeira e nunca serei.
Aprendi também que nem todo mundo é bom. Sempre acreditei que as pessoas eram, mas não. Na verdade, poucas realmente desejam o seu bem e o meu, especialmente aquelas que compartilham o mesmo sobrenome. A partir dessa constatação, passei a valorizar ainda mais os verdadeiros familiares e amigos. São poucos os que estão ligados à minha alma, mas são esses que, por conhecerem minha realidade, merecem e sempre terão a minha melhor versão.
E, entre os conselhos que recebi, um, em especial, foi o que mais me transformou. Sempre evitei confrontos, pois nunca fui de brigar. Mas, ao ser exposta, tudo mudou. Apesar de tentar evitar conflitos, agora sei que, mesmo sendo colocada em um embate, não serei mais paralisada pelo medo. Passei a vida toda cercada por muros e agora finalmente entendi: estou pronta para sair deles. É, agora já não me escondo mais, pois tenho que ser fiel a mim mesma. E não há nada que os outros devam temer mais…
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