De cara feia...
Hoje acordei com o mundo amargo, atravessado, ao contrário dessa imagem aí. Aliás, raras vezes fico assim, com a alma emburrada e o dia passado no avesso. Mas quando fico - ah, quando fico! - minha única vontade é apertar o botão do reiniciar, mas isso não é possível.
Nestes dias, em que o humor lateja e o silêncio pesa, eu só queria ser abraçada. Poderia ser um “oi” mais elaborado ou que dissesse o que eu queria ler ou escutar. Mas parece que tem gente que não entende!
A vontade era de esfregar na fuça um manual do que deve ser feito, mas a vida não permite. Até seria injusta se isso fizesse, porque ninguém tem as instruções de ninguém. Aliás, nem eu mesma sei o porquê de ficar assim, tão vulnerável! Talvez seja carência antiga - daquelas que só terapia dá jeito - ou só o eco de querer existir um pouco mais alto na vida de alguém. São coisas que tenho que resolver comigo mesma.
E quando essa atenção não vem, aí me transformo num vendaval de teimosia e sentimento. Mas logo depois, tola que sou, chega a vergonha mansa, como quem se flagra pedindo colo em voz adulta. Penso: com toda essa idade, ainda nisso? Respiro!
Queria sorrir de leve da minha própria tolice, mas, nesses dias, simplesmente não consigo totalmente. Só melhoro quando me lembro que não sou daquelas que têm cara feia, que vivem emburrada (tenho dó dessa gente, aliás, que vive de não sorrir). Longe de mim!
Só tenho dias em que o coração se esquece de disfarçar seu avesso, que poderia ser facilmente curado com aquele doce abraço...
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