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Beleza barata...

Realmente não há mais o que inventar. Pela ditadura da pele perfeita, as mulheres são capazes de tudo e mais um pouco. Não estou as julgando e dizendo que isso é errado, até porque sou apaixonada por cremes e não vivo sem filtro solar ou hidratante. Contudo, há coisas que passam da vaidade para o exagero e que chegam a assustar até quem gosta de passar seus dermocosméticos queridinhos. Digo isso porque estava navegando pelo site de notícias G1 e fui surpreendida pela notícia de uma novidade em tratamento da pele. Como trabalho como jornalista em uma empresa de dermocosméticos e princípios ativos para beleza e saúde, é óbvio que teria que checar a informação. Eis então que leio: “Por beleza, coreanas passam 'creme de barata' no rosto”. Peraí, 'creme de barata'? Isto mesmo. Na esperança de ficarem mais jovens e bonitas, as mulheres aplicam uma espécie de máscara facial com o extrato de baratas, que são moídas vivas pouco antes da aplicação na pele. Tem até um vídeo no You

A doce vida fictícia de Joaquina...

Joaquina é do tipo de pessoa que gosta de aparecer. Cabelo arrumado e cílios quase que postiços ganham força com a maquiagem desenhada e roupa da moda. Não importa seu tipo físico, o importante é estar de acordo com os padrões que idolatra. O visual, quase sempre impecável, combina perfeitamente com seu mundo, desenhado especialmente para sua existência. Neste lugar que julga ser somente seu, Joaquina gosta de se impor e para isso não mede esforço. Bonita como ela só, sabe dançar, conversar e é divertida. Não tem vergonha de falar que seu gênio é forte sempre que quer arranjar um adjetivo que resuma seu estilo de vida. Aliás, quando o assunto é adjetivos e substantivos, Joaquina considera-se a mais correta e a mais indicada a dizer ou escrever algo (para não dizer a única); ninguém está tão apto a colaborar. Mesmo se plural é singular, não importa! Esse mundo é só dela e quem decide é ela... Para impor sua vontade se esquece que em seu mundo há muitas outras pessoas que, assim como ela

Quem dera valorizá-la da maneira que ela realmente merece...

O despertador toca. São seis horas da manhã e Estela já tem que levantar. Pega os óculos ao lado da cama e caminha até ao banheiro. Ao olhar para o espelho não se acha bonita. Os defeitos de sua face logo sobressaem, mas não porque são visíveis, aliás, nem perceptíveis são. Estela não gosta da imagem que vê todos os dias quando levanta, não se fala “Bom dia!”. As únicas coisas que pensa ao olhar seu reflexo é o fato de não estar com o mesmo peso da semana passada e que seu cabelo está mais amassado que nunca. Nem vale a pena citar o desespero dela quando vê um sinal de expressão que não existia perto dos olhos. Quem cruza com Estela na rua nem se atenta a esses detalhes tão insignificantes, percebe apenas que aquela moça está um pouco cabisbaixa e nem olha para o lado. Se soubesse que sua beleza natural é comparável apenas a sua inteligência. Ao chegar ao trabalho coloca as coisas em cima da mesa: uma bolsa, uma revista de ginástica que acabou de comprar e um livro não muito conhecido,