Game over ou xeque-mate?
Realmente é bem difícil pertencer a geração videogame. Basta ter duas mães pertinho de você para que elas já comecem a falar que seus filhos não largam os benditos jogos eletrônicos e que também não saem do MSN, que este mundo está perdido e que eles nunca vão parar de jogar. Umas até se exaltam ao falar que o bom mesmo era quando os jogos não eram eletrônicos, eram de tabuleiro. A única coisa boa nisso é que a minha nunca está no meio.
Toda vez que isto acontece penso seriamente no quanto esta garotada deve ouvir de reclamação por aí, por que se isso acontece comigo que tenho 23 anos imagina com os que têm 8 ou 15 anos?
O bacana é que não importa se elas me conhecem há cinco minutos, é bem comum eu ser pega de surpresa ao ser questionada sobre o que elas devem fazer com seus filhos, que mais ‘parecem um bicho noturno que não largam o computador e videogame. Não adianta falar, eles adoram tanto aquilo. Será que eles terão um bom futuro, meu Deus!!?? Essa geração está perdida!!". Tudo bem, exagerei na colocação, mas aposto que tem um monte de adolescente que ouve isso quase que repetidamente...
Se tenho alternativa prefiro não opinar, por ser uma pessoa que integra essa geração definitivamente minha resposta seria tendenciosa. Lógico que tudo em excesso é prejudicial, mas me seguro para não decepcioná-las ao dizer que amo estes jogos eletrônicos, internet e que nem por isso deixei de estudar, de me dedicar às coisas que gosto. Nem tudo está perdido, mamães aflitas, na realidade vocês precisam ouvir uma conclusão muito boa, de uma pessoa que não pertença a geração mousepad (opa, esta definição já está ultrapassada). E quer uma boa resposta? Continue a ler.
Pois bem, fui ao Café CPFL, em Campinas, participar de uma palestra com minha ex-chefe, que tinha o Ricardo Guimarães como um dos palestrantes. Quem me conhece sabe que odeio palestras e que meu pensamento vai bem longe quando participo deste tipo de encontro. Entretanto, o Guimarães fugiu do assunto e perguntou do nada quem é que jogava videogame ou jogos on-line ali e eu, que estava voando, voltei a prestar atenção no mesmo instante. Acho que só umas três pessoas tiveram coragem de levantar a mão, fui uma delas, e para minha sorte encontrei a resposta que procurava há tanto tempo.
Ricardo comparou a geração internet/videogame aos enxadristas. Disse que os dois tipos têm muito em comum, porque devem tomar decisões para conseguir conquistar algo, mas que os amantes dos eletrônicos levam bastante vantagem em relação ao primeiro grupo.
A justificativa foi bem colocada: os enxadristas conhecem muito bem o jogo, pois está ao alcance de seu campo de visão. Sabem prever o que pode acontecer e se adiantar a isso. Conhecem tudo o que podem fazer e têm a sua frente o cenário no qual vão agir. Tirando as jogadas, o cenário não influencia o jogo.
Já a geração videogame, ao contrário, não sabe o que lhe espera e deve se adequar a cada mudança de quadro, deve saber se virar não importa o que o jogo exija de você. Não conhece o que está por vir, mas tem que passar daquilo se quiser continuar a jogar. Pensamento rápido para conseguir improvisar mesmo não sabendo se aquilo dará certo. Tem que arriscar, estar apto para qualquer coisa. A conclusão é que indiretamente este grupo está mais preparado para o mundo em que vivemos, no qual tudo muda a todo instante.
Xeque-mate, acho que encontrei uma boa resposta. É mamães, nem tudo está tão perdido...
Comentários
Quanto às minhas obrigações aqui sempre são prioritárias, depois quando dá vou e jogo meu querido videogame! rs
Um beijo, obrigada pela visita!