O sujeito a compartilhar...
Compartilhar é uma das coisas mais gostosas e importantes da vida. Não é só um verbo bitransitivo à toa ou que aceita qualquer tipo de sujeito. Não, nada disso. Compartilhar é permitir que alguém possa fazer parte do seu mundo e você do dele, não havendo absolutamente nada mais íntimo que isto (pelo menos para mim).
Compartilhar é algo grandioso por exigir a audácia de dividir o que você realmente é com alguém. E é justamente por esse motivo que essa partilha não pode se dar com qualquer sujeito, mas vou lhe explicar o porquê.
O sujeito ordinário, por exemplo, é tão egocêntrico que só tem ele mesmo a te oferecer. Já o oculto é um covarde, por não ser explícito o suficiente para se fazer presente e - sempre! - dependerá de um predicado para ser notado. Definitivamente, esses não são os tipos de sujeito a compartilhar. Pior que eles só o inexistente, que sendo tão impessoal não merece fazer parte de nada.
Mas, caro leitor, devo-lhe sinceridade em alertar quanto ao sujeito que mais temo: o indeterminado. É aquele tipo de sujeito que não se pode identificar e capaz de te colocar numa incógnita, sem você saber se está envolvido ou não na ação. É aquele que te gera ambiguidade, por sua incerteza, e que a dificuldade de escolha pode machucar seu coração.
É por isso que compartilhar exige, assim, um sujeito composto. Esse é o que tem mais do que a si mesmo para oferecer. É destemido o suficiente para partilhar contigo o que ele é, desejando essa mesma reciprocidade. Sabe articular sua presença por querer fazer parte do que é principal, já que entende que sua ação não será transitiva, mas definitiva. É aquele que quer fazer parte do seu mundo e quer você no dele.
Comentários
Ah... como eu gostaria de Compartilhar. Descrever as emoções, externar os pensamentos. De certa forma estou fazendo exatamente isso agora. Afinal, não poderia fingir que não li esse post, não é mesmo?
Mas terei de me conter, pois descrever sentimentos ou pelo menos tentar descrevê-los poderia atingir o limite de caracteres permitidos para esse comentário.
Ok, ok, mas então vá direto ao ponto sr. comentarista. 🙈
Tá bom, calma. Respire fundo.
Vontade e desejo enorme é abraçar a pessoa, pois parece que o silencio ou mesmo ao som do ambiente não são capazes de sufocar o grito que diz: Abrace-a! Abrace-a!
E parece haver uma voz delicada empurrando com instruções e dizendo: incline a cabeça para o lado, deixe sua fisionomia demonstrar e traduzir o que há em seu coração. Detalhe: os corações parecem se comunicar, vibram na mesma frequência, eu senti e sinto isso.
E com tudo isso, a vontade é extender os braços e dar um abraço apertado, tão apertado que o pulmão se esvaziará e ficará por algum tempo sem ar, mas tudo bem, porque o conforto de um abraço desses faz com que todas as outras coisas desapareçam.
Acalme-se comentarista.
Sim, preciso mesmo, pois e se eu falar tudo sobre esses sentimentos, revelar meus pensamentos?! Não, não posso fazer isso. Isso só pode resultar e conflito e confusão. E todo conflito e confusão vem do inimigo de nossa alma para nossa destruição.
Já a verdade, a verdade é uma luz que brilha na escuridão, mostrando que há um caminho. E o caminho leva a um lugar com ainda mais luz, luz que faz todo conflito, emoções e desequilibrios irracionais voltarem para a escuridão.
Sob a luz, a verdadeira luz, não há desejo ou prazer mais forte do que nós, mas caso o permitamos, ainda assim há um reset. Um reset para viver em luz e liberdade.
A vida parece mesmo uma corrida maluca, cheia de obstáculos inimagináveis e imprevisíveis. Mas na escuridão é fácil cair, e até mesmo se entregar ao chão, afinal cairemos novamente.
Peço licença para me ausentar, pelo menos deste post.
Mas antes de ir, externo meu desejo de toda minha mente, alma e coração -- que a luz, ou ao menos o seu brilho lhe atinja, que sinta o amor aquecer seu peito, lhe encher os pulmões e lhe fazer sorrir, e experimentar o que um "risquinho" dessa luz pode fazer.
🙌🏼