Jamais sem elas…
Palavras me encantam e sempre me encantaram. Sou apaixonada por elas desde a infância. Com elas faço de tudo um pouco: do meu ganha pão a muleta para superar meus próprios medos e sentimentos. Uso e abuso delas com ou sem intenção.
Ah, as palavras! Com elas me permito ser eu mesma, sem medo de mostrar minhas facetas e defeitos. Em meio a elas sou só eu, euzinha e mais nada, nua e faceira, toda solta, frente a meus pensamentos que se transformam em algo palpável e prazeiroso aos meus olhos.
Sim, as palavras. Elas me permitem seguir, interagir e sonhar. As uso com urgência e intensidade, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, até que a morte nos separe. Aliás, com elas o casamento vale, pois é o único que dá certo no curto, médio e longo prazo. Afinal, são o que são em seus significados e quando não são carregam a versatilidade suficiente para te fazer refletir e agir. Elas não te prendem, te libertam. São duradouras e transformadoras, no papel ou fora dele.
Ah, as palavras! Clarice já havia dito que eram seu meio de comunicação. E afirmo, em minha pequenez e insignificância perto da maior autora brasileira, que também só poderia amá-las tanto quanto. Tento jogar com elas como se lançam dados de acaso e fatalidade. Amo o contexto dessa frase.
As palavras me esvaziam dos excessos e me tiram dos extremos. São a expressão da minha alma quando algo não cabe mais dentro do peito. Poucas delas até me servem, mas só me conquistam temporariamente. Metade delas não me satisfazem. Gosto delas por inteiro, porque transformam cada momento em recordações eternas. São o que são. Não me usam, só me tocam…
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