Quem dera valorizá-la da maneira que ela realmente merece...
O despertador toca. São seis horas da manhã e Estela já tem que levantar. Pega os óculos ao lado da cama e caminha até ao banheiro. Ao olhar para o espelho não se acha bonita. Os defeitos de sua face logo sobressaem, mas não porque são visíveis, aliás, nem perceptíveis são. Estela não gosta da imagem que vê todos os dias quando levanta, não se fala “Bom dia!”. As únicas coisas que pensa ao olhar seu reflexo é o fato de não estar com o mesmo peso da semana passada e que seu cabelo está mais amassado que nunca. Nem vale a pena citar o desespero dela quando vê um sinal de expressão que não existia perto dos olhos. Quem cruza com Estela na rua nem se atenta a esses detalhes tão insignificantes, percebe apenas que aquela moça está um pouco cabisbaixa e nem olha para o lado. Se soubesse que sua beleza natural é comparável apenas a sua inteligência. Ao chegar ao trabalho coloca as coisas em cima da mesa: uma bolsa, uma revista de ginástica que acabou de comprar e um livro não muito conhecido,