Eu sabia que existia…
Se tem algo que amo profundamente é o céu noturno. Não há coisa que consiga me estasiar mais do que isso. É um deleite aos olhos e um alívio para minha mente. Posso ficar por horas deitada, só olhando para um céu limpo e cheio de estrelas, como estou fazendo agora. Da mesma forma que indicavam caminhos na antiguidade, parecem iluminar a minha alma e meus pensamentos na modernidade. E, de tanto observá-las, fiz até amizade. Algumas são bem conhecidas. As da constelação de Órion são as minhas favoritas. Acho que é porque, quando olho para elas, logo me lembro da história de Aristófanes, que li uma vez no diálogo ‘O banquete’. Fico pensando na ordem que aquele canalha do Zeus deu a Apolo e sempre me pego xingando mentalmente o covarde por tê-lo obedecido. Afinal, com tantos amores que buscou, separou aqueles genuínos e que se pertenciam, almas gêmeas. Não à toa gosto de Órion, seu opositor. Veja como minha mente foi longe. Deitada aqui, olhando para o céu e escrevendo este texto, sou só e...