Eu não vou mais ser água…

Nunca imaginei que a história de Narciso - aquela tão famosa da mitologia - pudesse ser tão real.Aqui na vida de verdade, porém, ninguém morre literalmente afogado na própria imagem por vaidade pura. Quem “morre” é quem fica sufocado numa relação na qual sugam a sua essência, te controlam até o que você pensa. E quem faz isso são os mesmos que se auto-homenageiam o tempo todo e nunca, jamais, estão errados!

O mais engraçado é que esse tipo de gente sempre cruza o meu caminho direta ou indiretamente. Até já falei bastante sobre isso com a minha amiga Marcinha. E ela fala uma coisa tão real: Deus repete a lição até a gente aprender a dizer não sem tremer a voz. E eu só posso concordar: ela está coberta de razão.

Já me relacionei com gente que se vendia como “sincera demais” ou “humilde de verdade”, mas por trás da fachada havia só um eu gigantesco escondendo o buraco que existe lá dentro. E com essas pessoas, eu parecia estar pisando em ovos o tempo todo, sempre alerta. Mas o que é mais engraçado era o padrão: se você aplaude, a pessoa fica. Se você sai um pouco da linha, leva cutucada. Se percebe a manipulação, leva punição. Se tenta resguardar sua saúde mental, leva prisão e controle emocional. Simples assim! 

Mas um dia, ouvindo um podcast de psicólogos, caiu a ficha: contra gente assim não adianta briga, exposição nem o silêncio total. O caminho é ser gente de verdade. Transparente, inteira, com limites bem claros e posicionamento cristalino, sem máscara, sem joguinho, sem indireta. Por só saber lidar com espelho, quem só acredita em si surta quando você chega sem reflexo para oferecer.

E, olha, isso liberta demais. Quando você é gente de verdade as cutucadas cirúrgicas quase desaparecem. É aí que você aprende que ser boazinha é bom, mas que ser real é melhor. 

Se a ideia é me ver sangrar, desculpa que hoje não tenho sangue sobrando. Quando a pessoa percebe que você respeita sua liberdade, que você impõe limites, o monstro aparece no espelho dela, não no seu. Melhor deixar de ser água para Narciso se olhar! 

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